domingo, 14 de dezembro de 2008

 


A marca colorida do Google está em toda parte. A empresa se prepara para oferecer um serviço de fotos de alta resolução, feitas por satélites, de qualquer canto do planeta. Pretende colocar na rede o texto integral de todos os livros de todas as bibliotecas do mundo – inclusive edições esgotadas. Planeja se tornar o principal fornecedor de vídeos on-line. A compra do YouTube, em 2006, que tem 5 bilhões de acessos por mês nos Estados Unidos, foi o primeiro passo nessa direção. Também investe pesado na tecnologia celular. Seu pacote de programas é igualmente enorme, incluindo e-mail, agenda e processador de texto, em aberto desafio ao império da Microsoft. O império do Google é imbatível? Fizemos essa pergunta ao matemático e físico Vinton Cerf, que, antes de se tornar vice-presidente do Google, já estabelecera a reputação de ser um dos pais da internet. Cerf criou simplesmente o idioma comum e as regras através das quais todos os computadores da internet falam entre si e permitem que cada um deles tenha um número de identificação único enquanto estão plugados. Esse sistema é conhecido como TCP/IP. A resposta de Vinton Cerf é digna de um inovador: "O Google é líder de mercado por mérito. Mas é preciso lembrar que há apenas dez anos ele não existia. A internet mostra que tem fôlego para criar muitas oportunidades, pois continua sendo um ambiente aberto. O YouTube e o Skype surgiram do nada e se transformaram em grandes sucessos. O tamanho do Google nesse mercado não garante nada. Na verdade, isso nos coloca mais um desafio, pois é preciso investir sempre mais capital para que tudo funcione bem".
O Google já está no celular, na casa e no escritório. Mas a expansão se deu num ambiente econômico favorável. O que acontecerá agora que os indicadores apontam para baixo? Desde que a crise estourou, em setembro, o Google tem procurado seus clientes para explicar que a internet não é à prova de recessão, mas os anúncios on-line podem ajudá-los a resistir aos maus tempos. Para sustentar tal argumento, usa pesquisas que demonstram três tendências mundiais: a audiência crescente da internet, o aumento da confiança pública nas informações on-line e o crescimento do e-commerce. O Google detém 30% do faturamento com anúncios na internet nos Estados Unidos, o dobro do que tinha em 2004. Nesse período, seus principais concorrentes, Yahoo!, MSN e AOL, perderam participação no mercado. Mesmo em tempos de crise, as previsões para o mercado publicitário on-line são menos sombrias que para as demais áreas. De acordo com a consultoria americana eMarketer, especializada em mídia digital, o mercado de publicidade on-line nos Estados Unidos deve crescer 8,9% em 2009, mesmo com a recessão americana. Uma das vantagens dos anúncios on-line é que permitem saber, com precisão, quantas pessoas os viram e o que elas estavam lendo ou vendo na internet quando os clicaram.
Uma nova tecnologia só tem vida longa quando se torna indispensável. Para milhões de pessoas, uma sessão na internet começa pela caixa de diálogo do Google. Isso faz dele um tipo de gênero de primeira necessidade. O acesso fácil a um banco de dados jamais visto na história do conhecimento humano é definido pelo americano Brewster Kahle, fundador do site The Internet Archive, como "a biblioteca de Alexandria de nossa era". Essa é a melhor explicação para a espetacular escalada de sucesso do Google desde que foi criado, há apenas dez anos. A empresa nasceu num fundo de garagem, como um modesto serviço de buscas idealizado por Larry Page e Sergey Brin, dois estudantes de computação da Universidade Stanford, nos Estados Unidos. Em menos de cinco anos já era a maior ferramenta do mundo de buscas na internet, deixando para trás concorrentes como Yahoo! e AltaVista, que já valiam milhões de dólares quando o Google foi lançado. O site Google BookSearch já registra 7 milhões de livros publicados em formato digital. Até 2011, a empresa pretende oferecer 15 milhões de livros do acervo das maiores bibliotecas americanas e européias. Esse acervo, que não cessa de engolir novas aquisições, é, por assim dizer, a escada do sucesso. "O Google, como site, é entediante. A razão de ter se tornado uma das empresas mais bem-sucedidas e relevantes do mundo é o conteúdo formidável que ele acumula", disse a VEJA Brian Fetherstonhaugh, CEO mundial da OgilvyOne, agência especializada em publicidade digital, com sede em Nova York.

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